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  • Foto do escritorMarcelo Hugo da Rocha

Preciso ser racional ou emocional?

Desde crianças, aprendemos que ser "racional" é uma qualidade a ser empenhada para sermos "fortes" diante das situações difíceis. O que está por trás de "engula o choro" ou "não precisa chorar"? Que as emoções precisam ser reprimidas ou elas servem para atrapalhar. Para os meninos, ainda precisam ouvir: "quem chora são as meninas". O que elas acabam também aprendendo? Que o papel de fragilidade é delas.


A ideia da racionalidade é muito forte na cultura e a filosofia também é responsável por incentivá-la, vide Aristóteles e Descartes. "Penso, logo existo". A ciência seguiu neste passo também, de conservar o pensamento e desprezar ou condenar as emoções. Tenho certeza, que se você pensar agora em 5 emoções "negativas" e outras 5 emoções "positivas", a primeira lista será preenchida em segundos, já a segunda, provavelmente, ficará incompleta.


A ciência evolutiva irá explicar que estamos programados a detectar de forma mais rápida as emoções negativas do que as positivas para fins de sobrevivência. Alegria? Podemos viver com muito pouco, ao contrário, do medo, por exemplo. Então, para as emoções positivas precisamos cultivá-las para florescerem. Este é o conceito-chave da Psicologia Positiva: florescimento.


A própria Psicologia pouco fez pelas emoções, tratando-a como uma matéria secundária por muito tempo. O seu protagonismo é muito recente e, portanto, expressões como inteligência emocional, gestão emocional ou autorregulação emocional estão "na moda". Assim, o bem-estar emocional é o que estamos, nós, terapeutas, explorando em nossos consultórios todos os dias em razão de uma educação na infância que desprezava a expressão das emoções. Então, o que você precisa ser, racional ou emocional?


Não tem uma resposta certa. Psicólogos mais recentes, como António Damasio, Daniel Kahnemann, Daniel Goleman, Stefan Hofmann e Susan David defendem que os pensamentos devem trabalhar em colaboração com as emoções e não em conflito como sempre se acreditou (razão vs. emoção). Precisamos ser racionais em muitos casos, porém jamais seremos 100%. Em outros, precisamos ser emocionais, mas nunca será de forma total, impensada.


Aprender que devemos considerar esta colaboração já é bastante libertador para muitas pessoas, facilitando o trabalho a ser feito a seguir, qual seja, trazer o equilíbrio para a vida delas. Porque não, "sinto, logo existo"?




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