Para quem me conhece, não sou apegado a super-heróis. Lembro da minha infância, talvez mais exato na terceira infância, de amarrar um lençol no pescoço e querer voar como o super-homem. De fazer o topete e fazer aquela franjinha em formato de "S". Assisti muitas vezes os filmes do Christopher Reeve, realmente, este era o único que gostava e admirava.
Mais tarde comecei a admirar, como um bom cinéfilo e observador, que os filmes de super-heróis dominaram as sessões.E que as pessoas são muito fãs de todos os produtos que são lançados tanto pela Marvel como pela DC Comics. Na verdade, não sei dizer quem é quem, pois achei que todos saíam da Sala da Justiça. Mas enfim, isso me levou a outro ponto: os livros. De uma hora para outra, todos os títulos de autoajuda tinham a palavra "poder"nas suas capas.
Alguns que tenho nas minhas prateleiras apenas para exemplificar: "O Poder do Agora"; "O Poder da Ação"; "O Poder do Hábito"; "O Poder 80/20"; "O Poder do Encantamento"; "Desperte o seu Poder".
E é claro, o meu livro: "O Poder da Aprovação".
Diante de toda esta minha curiosidade, acabei no nome de William Marston, também conhecido pela alcunha de Charles Moulton. Esse cara, para minha surpresa, foi um psicólogo que viveu no final do século XIX e início do século XX.Não por ser psicólogo, pois a psicologia como ciência foi criada em 1879 por Wundt, mas por ser o criador da heroína Mulher Maravilha (e ajudou a construir o detector de mentiras!).
Há, inclusive, um livro lançado com o seguinte título: "A psicologia da Mulher-Maravilha". Pesquisei alguns textos sobre a relação de Marston e sua heroína, cuja data de nascimento se dá em dezembro de 1941 quando da publicação das primeiras tiras. O mais surpreendente, aos meus olhos curiosos neste contexto, foi que ele teve duas esposas simultâneas que viviam sob o mesmo teto e ambas foram fundamentais para caracterizar a mulher-maravilha.
Particularmente, quando adolescente, sempre achei seus traços bem sensuais, além de ter algo "lá no fundinho" bastante erótico. Sua arma é o laço e uma das fantasias eróticas mais populares é o lance de estar preso ou amarrado. Para minha surpresa, a biografia de Marston revela justamente esta caída dele por práticas sexuais fora dos padrões da década que viveu. Ele morreu em 1947 e teve dois filhos de cada mulher.
A criação da personagem foi uma forma de defender o feminismo e elevar a força feminina não só no universo HQ, como também, entre as mulheres em plena 2ª Guerra Mundial, que ficaram em seus países dando duro nas fábricas e cuidando de seus filhos em apoio aos maridos que foram lutar na Europa e Ásia. Ela se popularizou e creio que seja o maior ícone POP entre as mulheres. Outras como Batgirl ou Supergirl, nada mais são que réplicas femininas de personagens já existentes.
Longa vida à Mulher-Maravilha e todas às outras da vida real.
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